Ótima resenha feita pela Natália Couto Azevedo para o blog Literatura de Cabeça!
Quer comentar? http://www.literaturadecabeca.com.br/2012/02/resenha-venca-as-barreiras-entre-os.html
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Fadas figuram na mitologia desde tempos ancestrais, com relatos na Pérsia Antiga, Grécia e, principalmente mitologia celta. Fazem parte do imaginário coletivo, afinal, quem nunca ouviu uma história com uma fada madrinha? Ou a Sininho da Terra do Nunca? Criaturas adoráveis, lindas e bondosas majoritariamente, que são retratadas neste livro de Carolina Munhóz.
Em A Fada (Editora Novo Século, 222 páginas) protagonista da história é Melanie Aine das Fadas, uma garota que descobre sua verdadeira natureza aos 18 anos, quando uma dolorosa tatuagem surge em seu corpo. No mesmo dia, perde o pai e vê sua mãe partir.
Sozinha, buscando a missão que a tornará uma fada completa, Mel encontra um homem, Arthur Wales, que parece ser a chave para seu futuro. E para seu coração.
Começo parabenizando a Editora pela arte maravilhosa. Uma capa linda e delicada, que revela pequenas borboletas que combinam com a atmosfera mágica da obra. As letras são grandes, numa fonte agradável, em um papel amarelado, tornando a leitura fácil e prazerosa.
Li este livro em dois dias. A leitura é fácil e leve, fluindo muito bem. A narrativa da autora é excelente: tecnicamente muito caprichada, com utilização de diversos recursos metafóricos para construção das descrições, o que facilita nossa aproximação com os sentimentos e sensações da protagonista. A história é narrada em primeira pessoa, pela própria Mel, o que aumenta essa integração com suas emoções. Me desagradou um pouco o uso de expressões em inglês. Entendo que seja um livro passado na Inglaterra, mas creio que parte dessas expressões poderiam ter sido traduzidas para o português sem prejuízo.
É um livro muito emocional. A história em si não possui muita ação e é mantida pela série de descobertas que Mel faz sobre si mesma e sobre o amor. Sentimento esse que permeia toda a obra e é bem retratado. Outro ponto levantado é o papel do destino, e até onde podemos interferir e modificá-lo.
A trama desenvolve-se em Londres, com algumas passagens em Fairyland, o plano feérico. Achei os locais bem retratados, com bastante fidelidade ao espaço Londrino. Acredito que Fairyland poderia ter sido mais explorada em descrições, para nos ajudar a entrar melhor na dimensão das fadas.
Os personagens são poucos e bem delineados. Mel, a protagonista, algumas vezes me irritava por ser muito volúvel em seus sentimentos. O mesmo acontece com Artur, seu par romântico. O amor que se desenvolve entre os dois, no espaço de poucos dias me pareceu excessivamente intenso. Um amor eterno surgido em uma semana. Fora que situações simples ganhavam uma força exagerada, o que gerava um clima de altos e baixos sucessivos, tornando a personagem ainda mais instável. Mas isto é algo pessoal. Eu, particularmente, não gosto desta tendência de paixões arrebatadoras e rápidas, personagens femininas que perdem a racionalidade, movidas pelo coração. Mas sei que muitas pessoas adoram, e para elas este livro será um prato cheio.
O panorama mágico criado foi interessante, com a premissa de criaturas fantásticas habitando nosso mundo e outras dimensões paralelas que interagem com a nossa. Os bruxos foram as criaturas que julguei melhor exploradas, com demonstrações de rituais e feitiços. Mel também acaba exercendo sua magia através de rituais semelhantes, o que me soou um pouco estranho, pois imagino fadas com uma magia muito mais natural, que não depende de artifícios humanos para acessá-la.
Recomendo este livro para os fãs de romances com muita paixão, repletos de declarações e demonstrações de amor, aliados a um toque fantástico e de misticismo. Acredito que será uma leitura deliciosa!