Entrevista para o site da EPTV Campinas

Embora tenha optado por cursar a faculdade de jornalismo, a escritora campineira Carolina Munhóz, de 22 anos, não expressa grande entusiasmo para com o realismo das grandes reportagens. Só fica à vontade mesmo durante conversa com a reportagem doEP Campinas quando o assunto volta-se para os personagens mágicos da literatura, em especial Melanie Aine, protagonista de “A Fada” (Novo Século, 224 páginas, R$ 29,90), cuja segunda versão do livro a campineira lança neste sábado (3), durante participação na XV Bienal do Livro Rio.

Antes de enveredar a conversa pelos primeiros passos na carreira, a jovem que atualmente reside no Rio de Janeiro faz alusão à própria personalidade para justificar a escolha de uma fada como personagem principal da trama. “O livro é resultado de um sonho que tive na adolescência. A Mel é muito parecida comigo: romântica, gosta de cuidar dos amigos e se preocupa bastante com o futuro. É verdade também que ela chega a ser um pouco depressiva e tem a vida um pouco tumultuada”, conta Carolina aos risos.

A escritora afirma que a reestruturação do título (a primeira edição do título foi lançada em 2009) preserva o enredo original: durante o aniversário de 18 anos, a protagonista tem de lidar com a morte do pai e a descoberta de um universo mágico escondido na cinzenta Londres. A proposta, segundo a autora, é incitar o leitor a compreender como o amor pode levá-lo a redescobrir uma vida diferente, por meio de histórias de superação aliadas à fantasia.

As modificações na segunda edição, em especial, incidiram sobre a linguagem e formação dos personagens. “Com a experiência de ter feito vários cursos e participado de palestras neste período, consigo estruturar melhor a obra. Diálogos, pontos de virada e cliffhangers (arremate de um episódio) foram refeitos…, mas a essência da história que idealizei aos 16 anos permanece.” A diagramação e projeto gráfico de “A Fada” também ganharam cara nova.

Inspirada na criatividade e perseverança dos best-sellers J.K.Rowling e Paulo Coelho, a jovem acumula a experiência de ter exposto a primeira versão do título na 21ª Bienal do Livro de São Paulo, realizada no ano passado. Nem por isso a ansiedade diminui quando pensa na visita que fará à bienal dentro de poucos dias. “A primeira participação foi a realização de um sonho, pois sempre quis fazer parte da feira. Não vejo a hora de estar no Riocentro, ainda mais porque finalmente consegui um espaço maior. É um gostinho de vitória”.

Mercado
Com a febre de produções literárias e cinematográficas que exaltam vampiros, bruxos e super-heróis, a escritora de Campinas espera conquistar espaço no segmento intitulado “young adult” (jovem / adulto) voltado para histórias fantasiosas. “Espero contribuir e mostrar que no Brasil também existe livros com qualidade semelhante aos produzidos no exterior. Acredito que o gênero tem incentivado a leitura em nosso País”, explica.

Para os que pretendem seguir a labuta de escritor, a autora deixa dicas relacionadas à persistência e assinatura de contratos. “Tem que batalhar para construir carreira, pois é um mercado que lida muito com o ego. Acho fundamental pesquisar sobre o mercado. Um erro que gostaria de ter evitado é a hora em que assinei meu primeiro contrato… É bom pensar muito se você aceita todas as cláusulas”, lembra.

Questionada sobre os próximos anseios da carreira, a campineira se mostra envolvida com o desenvolvimento de novos títulos. “Já tenho um livro infantil escrito, mas ainda em fase de produção, além de um juvenil pronto. Há um caminho longo e divertido pela frente”.

A segunda versão de “A Fada” possui tiragem inicial prevista em dois mil exemplares. A XV Bienal do Livro Rio começa nesta quinta-feira (1° de setembro) e segue até o dia 11 de setembro, no Riocentro. Os ingressos custam R$ 12 e podem ser adquiridos pela internet. Informações pelo sitewww.bienaldolivro.com.br