Entrevista para o site Reducto Brainstorm

Entrevista para o blog Reduto Brainstorm do querido Felipe Sali.

Link original: http://www.redutobrainstorm.com/2012/07/entrevista-com-escritora-carolina.html?spref=tw

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Entrevista com a escritora Carolina Munhoz: “Tenho tentado viver a vida intensamente”
A garota nasceu em Campinas, se apaixonou pela ideia de se tornar uma escritora e decidiu tentar o sucesso com as palavras… E conseguiu!

Carolina Munhoz escreveu o seu primeiro livro aos 16 anos, publicou aos 20 e hoje aos 23 já possui currículo de gente grande.
O universo de Mellanie foi publicado em “A Fada” pela editora Arte Escrita em pequena escala e com uma capa de gosto duvidoso. Mesmo assim, de repente, todos os olhos estavam voltados para ela.

O barulho que Carolina Munhoz fez é muito raro em editoras de pequeno porte. Entre entrevistas a revista Época e o programa da Xuxa. A editora Novo Século assinou contrato com a escritora para uma reedição de A Fada, dessa vez em grande escala e com uma capa linda.

Um novo trabalho ambientado nesse cenário foi lançado, “O inverno das fadas” figura entre os mais vendidos do submarino e é um trabalho de destaque da editora.

Além disso ela também participa da coletânea “Geração Subzero” que reúne os maiores escritores de literatura jovem, botando Carolina Munhoz entre nomes como Thalita Rebouças e André Vianco.

Para falar mais sobre isso, Munhoz concede uma entrevista com exclusividade ao Reduto Brainstorm. Confira abaixo.

Carol, faz quase dois anos desde o nosso ultimo encontro. O que mudou na Carolina Munhoz como escritora desse tempo para cá?

Carolina Munhoz – Muita coisa! Nesses dois anos cresci como escritora e até como mulher. Dediquei ainda mais tempo para a minha carreira e para estudar principalmente a estrutura literária. Continuo observando muito o mercado e aprendendo o máximo que posso, então tudo isso reflete na minha escrita.

O que podemos esperar do seu novo trabalho, “O inverno das fadas”?

Carolina Munhoz – “O Inverno das Fadas” não é uma continuação de “A Fada”. Ele é um livro que fala sobre fadas e sobre o amor, mas é muito mais do que isso. É sobre o nosso livre arbítrio, nosso destino, suicídio, sexualidade, fama, sonhos e vários temas que aprendi a conviver no meu dia a dia de escritora. O livro fala sobre evolução. Sobre como um ser é capaz de se modificar para tentar crescer. Tentar ser alguém notável. Então você vai conhecer Sophia e perceberá que talvez nem sempre a fama, dinheiro e beleza é o caminho mais fácil. Tantos artistas já brilharam. Tantas estrelas se apagaram. Quem será a próxima?

Espiritualidade é um tema que esteve muito presente no seu ultimo trabalho, isso se repetirá?

Carolina Munhoz – Sim. Acho sempre importante isso. Não estou aqui para doutrinar, mas gosto de compartilhar tudo que aprendo. Como falo sobre seres fantásticos, não acho necessário me afastar das questões espiritualistas. Esse livro fala muito sobre karma e suicídio, então não tinha como fugir do tema.

Agora você trabalha junto com uma grande editora. Quais são as principais diferenças entre uma editora pequena e uma de porte maior?

Carolina Munhoz – São tantas que fica até difícil falar. Começa desde a preparação do livro até a divulgação e exposição. Fiquei encantada com o trabalho de revisão, criação de capa e desenvolvimento feito pela Fantasy – Casa da Palavra. Foi muito bom sentir o carinho que eles tiveram com essa obra e com todas as outras que estão publicando. Também vejo a diferença nos eventos e nas conversas com os livreiros. Hoje tenho uma equipe, quase como uma família, que me apoia todo momento. É muito bom poder ser acolhida assim.

Você está participando da coletânea “Geração Subzero” ao lado de grandes autores como André Vianco e Thalita Rebouças. Como esta sendo a experiência?

Carolina Munhoz – Maravilhosa! Foi uma ótima iniciativa do escritor Felipe Pena e gostei muito de ter participado. O livro está lindo, com contos incríveis de vários autores que sou fã e só tenho que agradecer por fazer parte desse projeto. Estou também feliz, porque pude apresentar um conto no universo de “O Inverno das Fadas” e tenho muito carinho por ele.

Na chamada da coletânea diz “20 autores congelados pela critica, mas adorados pelos leitores” como você lida com a crítica?

Carolina Munhoz – Eu sempre tive uma relação muito legal com a mídia. Desde minha época de editora pequena, sempre me deram espaço e nunca vou esquecer isso. A questão é que muitas vezes eles nos esquecem e os críticos não leem literatura fantástica brasileira, então isso dificulta nossa entrada na mídia off-line. E ela é importante para um escritor que queira ser reconhecido nacionalmente.

É verdade que o seu novo trabalho teve dedinho de Felipe Sali nele?

Carolina Munhoz – Teve mesmo! Quando comecei a escrever “O Inverno das Fadas” em 2010, resolvi seguir um conselho do escritor Raphael Draccon e criei um prólogo para a obra. Nele relatei a relação da minha personagem Sophia Coldheart com um cantor de rock muito famoso. Na época pesquisei muito sobre um cantor que havia se suicidado para entrar no clima e resolvi testar os primeiros rascunhos com leitores. Aproveitei que o Sali estava online em meu MSN e perguntei se ele poderia me dar sua opinião. Lembro até hoje o que ele perguntou após a leitura: – Esse não é aquele seu livro para criança, né?
Ri muito. Hoje o meu material favorito é esse prólogo e para quem quiser dar uma olhada está disponível no site da Fantasy – Casa da Palavra: www.fantasycasadapalavra.com.br.

Na ultima vez que conversamos você citou Paulo Coelho como uma de suas principais influências. Após isso você teve a chance de encontra−lo pessoalmente, como foi a experiência?

Carolina Munhoz – Maravilhosa! Não é todo dia que você pode passear pela 8ª maravilha do mundo com seu escritor favorito. Tive um dia agradável e aprendi muito com essa experiência. Sou grata por ter realizado mais esse sonho.

Reduto Brainstorm é um site sobre ideias, da onde surge as suas?

Carolina Munhoz – Do dia a dia, basicamente. Qualquer briga em família, relação amorosa complicada, conversa com amiga ou cena na rua, vira material para meus livros. Então minhas ideias vão fluindo conforme vou vivendo e tenho tentado viver sempre intensamente, como se cada dia pudesse ser o meu último.

Obrigado pela entrevista, você é sempre atenciosa, para terminar de uma das suas famosas dicas para quem sonha em entrar no mercado editorial.

Carolina Munhoz – Aproveite as redes sociais, mas use com bom senso. Hoje é muito fácil acompanhar a vida de escritores que admirados e assim podemos aprender com eles. É também importante para um escritor estar em todas as redes sociais e ativo nelas. Só que é necessário tratar isso como parte do seu trabalho e escolher bem os posts e o que vai dizer. Causar intrigas, criticar muito e falar coisas pessoais demais ou constrangedores, não ajuda a carreira literária. Um futuro leitor ou editor pode estar lendo.

Muito obrigada pela oportunidade e é um prazer poder ser entrevistada por você novamente!

Super beijos