SOBRE/ABOUT “13 REASONS WHY”! English version below!
Terminei a série do querido Jay Asher com a Netflixe precisei fazer algo que há tempos não fazia: textão! FINALMENTE fizeram uma obra audiovisual sobre bullying sem os estereótipos e lado cômico. Aleluia!!! Já estava na hora!
Quem me lê sabe que bullying, suicídio, depressão e solidão são temas de todas as minhas obras. Sim, todas! Isso porque, infelizmente, essas palavras pautaram a minha vida. Na verdade, eu me sinto mais livre delas há apenas 5 anos, o que é algo triste de se pensar já que tenho 28 anos. Mas essa na foto é a Carolina Munhóz em uma de suas piores fases. A Carol “Potter” com pentagrama no colégio católico. A que sofreu todos os tipos de bullying possíveis. Por aparência, gostos, situação financeira, familiar, religião, relacionamentos e falsos rumores! Eu tinha meninas me ameaçando, meninos fazendo aposta para ver quem tinha coragem de ficar comigo e até professores fazendo comentários que até hoje não consigo acreditar (como que eu deveria desistir do jornalismo porque “iria ser no máximo uma garota do tempo”). Mergulhei muitas vezes na depressão e tive alguns momentos que pensei em tomar aquela trágica decisão. Foi assim em quase todas as escolas e até na faculdade. Sempre a última a ser escolhida, muitas vezes a sozinha no canto. Tive alguns amigos? Pode-se dizer que sim. Graças a Deus meu lado nerd fez alguns meninos principalmente me aceitarem nos grupinhos. Mas, conforme assisti ao seriado, percebi que meus amigos eram muito parecidos com os do Clay na primeira fase e pode ser que também por minha culpa, afinal, aprendi a crescer estando sozinha. Aprendi por muito tempo a ser invisível.
Aí me tornei adulta, busquei a carreira dos meus sonhos (uma estranha para olhos alheios, mas dane-se) e o que aconteceu quando as coisas começam a funcionar? Bulling! E dos feios! Quando encontrei o homem da minha vida e finalmente comecei a crescer na minha profissão após anos batalhando, tive que encarar meses de tortura psicológica, de comunidades fakes na internet tentando me humilhar, de grupos de mean girls me atacando, ameaçando me bater se eu aparecesse em determinadas noites de autógrafos, destruindo a minha escrita que nem tinham lido e tudo por quê? Por eu ter “tomado” o crush delas! Conseguiram espalhar que meu pai pagava um salário para o Rapha ficar comigo e que por isso minha carreira tinha acontecido. Sério! Coitado do meu pai e sua renda de dono de padaria. Inventaram que eu só conseguia vender livros porque dormia com os vendedores das livrarias. Pois é! Pior que coisas baixas assim vinham de outras mulheres que também buscavam viver de escrita e se diziam feministas! É triste. E tudo isso não é nem um terço da história. Mas bem… resolvi escrever esse texto, pois essa série mexeu comigo, assim como com vocês. Essa série teve uma das cenas mais chocantes e reais que já vi no audiovisual! Chorei horrores!
Vejo as pessoas sempre surpresas de saber do meu passado. Ninguém entende como a Carol de hoje já foi a Carol dessa foto. Existe uma visão de que, se você é relativamente dentro dos padrões de beleza ditados pela sociedade, e de que se é comunicativo, o bullying é algo impossível. Não é. Aleluia por Hannah Baker que mostra que SIM, é possível! A menina dessa foto sempre vai existir em mim, só decidi tentar ignorar a dor, humilhação e maldade para focar nos meus sonhos, por mais malucos que fossem. Decidi que sou esquisita mesmo e isso é lindo! Hoje posso compartilhar as minhas dificuldades com vocês nos livros e, se uma palavra puder ajudar alguém, acredito que valeu a pena ter lutado. Então se você também se sente como eu e a Hannah, lembre um pouco desse texto. É possível sobreviver a tudo isso! No final, você pode encontrar felicidade. Eu encontrei! Obrigada Jay por me lembrar disso! PS: Amo a Netflix e diversas séries que fizeram, mas “13 Reasons Why” acabou de se tornar para mim a melhor série deles. Por quê? Porque ela vai salvar vidas e mudar o mundo, sem dúvidas!
Just finished the adaptation of the book “13 Reasons Why” from the amazing Jay Asher with Netflix and had to do something that I didn’t do for a long time: a LONG post! Finally, someone did an audiovisual work on bullying without the stereotypes and comic side! Hallelujah! It was about time!
Those who read my books know that bullying, suicide, depression and loneliness are themes of all of them. Yes, all nine! That’s because these words, unfortunately, ruled my life. I feel free from them for just only 5 years, which is very sad to think since I’m 28 years old. This Carolina Munhóz in the photo is in one of her worst phases. The Carol “Potter” wearing a pentagram at a Catholic school. The one that suffered all kinds of bullying possible. Because of appearance, tastes, financial situation, family, religion, relationships and false rumors! I had girls threatening me, boys making bets to see who had the courage to kiss me and even professors making comments that I can’t believe until today (like I should quit journalism school because I would be just a weather girl). I often immersed myself in depression and had some moments that I thought of taking the tragic decision. It was like that in almost every school and even in my university. Always the last to be chosen, often alone in the corner. Did I have any friends? Yes, you can say that. Thank God my nerd side made some boys mostly accept me into their small groups! However, as I watched the show I realized that my friends were very similar to Clay’s in the first phase and maybe that was also my fault, after all, I learned to grow up being alone. I was invisible for a long time!
Then I became an adult and started to chase the career of my dreams (a stranger one to the eyes of others, but screw it). So what happens when things started to work out? Bulling! And an ugly one! When I met the man of my life and finally started to grow in my profession after years of struggle, I had to face months of psychological torture, fake communities on the internet trying to humiliate me, groups of mean girls attacking my character, threatening to hit me if I showed up at certain signings, destroying the content of my book that they had not even read and all of that because of what? Because I have “taken” their crush! They managed to spread a rumor that my father paid a salary for Rapha to stay with me and that is why my career was taking off. Really! Poor Daddy and his income as a bakery owner! They made up that I could only sell books because I slept with all bookstore sellers. Yeap! That happened! The worst part is that low comments like that came from other women that wanted to live as writers as well and that considered themselves feminists! So sad! And all of it is not even a third of the story! But well … I decided to write because this series touched me as I know it touched you! This adaptation had one of the most shocking and real scenes I’ve ever seen in a TV Show. I cried like a crazy person!
I see people always shocked to know about my past. No one understands how the Carol from today was the Carol from this picture. There is a belief that if you are relatively in the standard patterns of beauty dictated by society and that if you are communicative, that bullying is something impossible! Jesus! Hallelujah for Hannah Baker showing that YES, it’s possible! The girl in this photo will always exist in me; I just decided to ignore the pain, humiliation, and cruelty to focus on my dreams, no matter how crazy they are! I decided to acknowledge that I’m weird and that’s beautiful! Today I can share my struggles with you guys in my books and if a word that I write can help someone, I think it was worth fighting! So if you also feel like Hannah and I remember this post. It is possible to survive all this! In the end, you can find happiness. I found it! Thank you Jay for reminding me of that!
PS: I love Netflix and several series they did, but “13 Reasons Why” just became for me the best one of them. Do you want to know why? Because it will save lives and change the world without a doubt!