Resenha de Feérica pelo No Universo da Literatura.
Link original: http://www.nouniversodaliteratura.com/2013/09/resenha-feerica.html
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Quem nunca vislumbrou ser famoso? O centro das atenções? A fama, os flashes e o sucesso? Certamente em algum dia você já, assim como eu. Todos nós um dia sonhamos com isso, ser reconhecido, admirado. Com Violet Lashian não é diferente. Ela sempre quis ser um símbolo, subir nos palcos de um show e brilhar.
Mas há um detalhe que difere Violet de todos os que também sonham com o estrelato: ela é uma fada, e em Ablach, mundo onde vive, ela não passa perto do que é ser considerado um ícone, ou melhor, uma pic-pop.
Violet se sente diferente, principalmente com seus cabelos roxos, visto como uma maldição no mundo das fadas; apaixonada pela cultura humana, ela sempre foi oprimida pelas outras fadas por essa adoração.
Uma perseguição injusta de fadas que não gostam de Violet desencadeia vários acontecimentos que colocarão a fada em uma grande enrascada. Então ela toma uma atitude que fará com que o mundo humano e o mundo das fadas nunca mais seja o mesmo: ela foge de Ablach e se teletransporta para Hollywood, onde irá em busca de seu grande sonho: ser uma estrela.
— Você já desistiu de um sonho porque outras pessoas disseram que não era capaz? — Jack Rose, página 107.
Sempre gostei de reality shows, seja os que os participantes ficam confinados em uma casa ou os de música, eu acabo assistindo a vários e torcendo, brigando pelo meu participante favorito. Sim, eu sou desses, julguem-me. Saber que uma escritora nacional uniu a mitologia das fadas com esse tipo de programa (e de brinde ainda envolveu toda uma cultura pop fantástica) me fez ficar muito curioso para ler Feérica. Fiquei muito feliz quando o livro supriu todas as minhas expectativas.
É o primeiro livro da Carolina Munhóz que eu leio e, por coincidência, é também o primeiro sobre fadas que me aventuro. Já li alguns livros que abordam o tema fadas, mas como seres coadjuvantes, nunca como protagonistas. Confesso que essa mitologia não me chamava a atenção, sempre tive a ideia de fadas como seres fofos, angelicais, e como eu prefiro uma pegada mais dark quando assunto é fantasia, nunca me interessei por ler nada sobre o assunto. Mas Feérica me mostrou que fadas são, sim, seres fantásticos, e posso dizer que esse meu preconceito acabou aqui.
Se antes eu tinha a ideia do mundo das fadas como algo puro, cheio de amor e cooperação, hoje eu posso afirmar que não é bem assim. As fadas são seres evoluídos, mas que tem seus problemas e defeitos. Intrigas, injustiças e muito recalque também marcam o universo. Quem diria, hein?
Gostei da forma como a autora fez Violet. Ela é uma personagem fácil de se afeiçoar, com seu jeito espontâneo, seus deslumbramentos, consegue cativar o leitor, e fazer com que torçamos por ela. Ela só é alguém que está correndo atrás dos seus sonhos, tentando se realizar. Apesar de ser difícil para ela ter fugido do mundo onde vivia, é no nosso mundo que tudo o que ela quer pode acontecer. Que ela pode brilhar.
Prepare-se para boas risadas durante a história, pois a escrita da Carol, na maioria do tempo, é leve e divertidíssima, o toque de humor vem em momentos oportunos e dá uma descontração a mais à trama que faz com que a narrativa flua de maneira impecável.
Apenas um ponto me incomodou um pouco e que é preciso ressaltar: em algumas cenas, as ações dos personagens me pareceram um pouco forçadas, sabe quando você tem aquela sensação de que o que o personagem X fez naquele momento não é convincente…
Feérica ainda te reserva algumas surpresas durante a história; no final é deixado um gancho para uma continuação, então podemos esperar mais da estrela feat. fada Violet Lashian por aí…
E como não mencionar o design incrível do livro? A Fantasy sempre arrasa nas edições e com Feérica não é diferente. A capa está linda, as folhas são amareladas e o papel do livro é o Chambril Avena, um dos melhores para leitura. Ponto para a editora pelo trabalho fantástico (olha o trocadilho).
Uma história sobre sonhos, fama e solidariedade, Feérica é uma daquelas histórias que nos cativam e nos deixam mais leves. Que comece o show!